Resumo
Na Europa, a primeira metade do século XX foi marcada pela ascensão de regimes autoritários que utilizaram o cinema como arma de propaganda para o exercício e consolidação do poder político. Com efeito, o cinema veiculava imagens, símbolos, mitos, com uma força e amplitude que nenhum outro meio de comunicação possuía.
Em Portugal, as décadas de 1930 e 1940 representam uma das etapas mais significativas, quer pela introdução/afirmação tecnológica do cinema sonoro, quer pela acção do Secretariado da Propaganda Nacional/Secretariado Nacional de Informação, aparelho propagandístico do Estado Novo. Dentre a multitude de meios de que este organismo se serviu para a difusão da mensagem política do regime, o cinema desperta em particular a atenção do seu director, António Ferro, como meio privilegiado de comunicação com as massas.
Desta forma, esta dissertação procura averiguar o papel desempenhado por António Ferro no panorama cinematográfico nacional. Pretende-se determinar a natureza e orientação do seu pensamento cinematográfico, isto é, os seus pressupostos éticos e estéticos, por um lado e, por outro, a sua acção política sobre o cinema português, enquanto director do SPN/SNI, sob a tutela de Oliveira Salazar.
Publicação
Ribeiro, Carla, 2010 – O “alquimista de sínteses”: António Ferro e o cinema português. Dissertação de Mestrado em História Contemporânea apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.