Os mundos do cinema: modelos dramáticos e narrativos no período clássico
Tipo
Doutoramento
Autor(es)
Eduardo Geada
Instituição
Universidade Nova de Lisboa
Ano
1997
Resumo
A organização industrial do cinema clássico, entre 1915 e 1955, dominada pela expansão mundial dos filmes produzidos e distribuídos pelos estúdios de Hollywood, revelou-se inseparável da reformulação prioritária dos modelos dramáticos e narrativos herdados do teatro e da ficção literária. A presença fundamental do argumentista encontrou-se subordinada ao trabalho específico dos realizadores, ao poder económico dos produtores, à intervenção das estrelas de cinema e aos gostos dos públicos. A amálgama entre a escrita do argumento e a escrita do filme, tópico de inúmeros equívocos, penalizou os escritores que optaram por intervir numa profissão dominada pelo trabalho colectivo e por um sistema de produção centrado numa concepção tecnicista e mercantil do argumento. As regras da montagem invisível e a construção de um mundo de ficção completo e autónomo obedeciam a uma estratégia na qual o argumento tinha um papel fundamental, ao nível da racionalização fabril dos estúdios, da aplicação da economia de escala, dos planos anuais de produção e da eficiência dos vários tipos de censura.
Abstract
The industrial organization of the classical cinema, between 1915 and 1955, dominated by the world-wide expansion of the films produced by hollywood studios, revealed itself inseparable from the prioritary reformulation of dramatic and narrative models inherited both from theatre and literary fiction. The fundamental presence of the scriptwriter was found subordinated to the specific work of movie directors, the finantial power of producers, the intervention of film stars and the audience taste. The blend between the scriptwriting and filmwriting, an area of inumerable misunderstandings, penalized those writers who chosed to interveign in a trade dominated by the colective work and by a production system centered on a technicist and market oriented conception of the screen-play. The rules for an invisible editing and the concept of a complete and autonomous fiction world obeyed a strategy in wich the screen-play had a central role, at the level of industrial racionalization of the studios, the application of mass-economy, annual production plans and the eficacy od diverse types of censure.